Como falar para seu filho que ele é rico


COMO PREPARAR SEU FILHO PARA SER UM HERDEIRO E GERIR O PATRIMÔNIO DA FAMÍLIA SEM QUE ELE DEIXE DE DAR VALOR AO DINHEIRO

Riquinho
Riquinho: Para famílias abastadas, a educação financeira é ainda mais importante
São Paulo – Ensinar os filhos a lidar com o dinheiro é um dos desafios de ser pai ou mãe, e por incrível que pareça pode ser uma tarefa bem difícil mesmo para as  famílias mais abastadas. Além de ensinar aos filhos que o conforto que sempre fez parte de suas vidas é resultado do esforço das gerações anteriores, pais em boa situação financeira devem prepará-los para serem capazes de gerir a herança da família e perpetuar este conforto.
Para famílias acostumadas a viver com pouco muitas vezes é normal que os pais digam aos filhos que não podem comprar tudo que eles querem. Mas as famílias endinheiradas devem fazer um esforço adicional: “Os pais devem ensinar aos filhos que podem dar, mas que não querem dar. Nós temos que dizer vários ‘nãos’ para essas crianças. Isso é o que vai ensiná-las a ter garra”, avalia Celina Macedo, autora do livro “Filhos: seu melhor investimento”, com pós-doutorado em Psicologia Cognitiva pela Université Libre de Bruxelas, onde trabalhou com as Percepções Subliminares do Dinheiro.
Educação financeira: quanto antes melhor
Especialistas explicam que a educação financeira deve começar bem cedo e deve ser um processo natural e contínuo. Assim evita-se que o dinheiro tome proporções exageradas por um lado ou que se transforme em um tabu por outro.
No caso de famílias ricas, se faz ainda mais necessária a introdução do assunto de maneira apropriada. “Seria uma atitude boçal chegar ao filho um belo dia e dizer que ele é rico. Essa criança seria criada em uma redoma achando que é mais que os outros. É importante conversar e colocar no dia a dia da criança a situação como sendo natural, falando sobre os ganhos e gastos da casa”, explica Celina.
Cássia D´Aquino, palestrante e autora de diversos livros sobre educação financeira para crianças, também afirma que a noção sobre a situação financeira da família deve ser criada, e não anunciada de forma forçada aos filhos. “Para a criança, o conceito de dinheiro é muito diferente e dizer de uma vez que ela é rica pode ser muito confuso. A riqueza para a criança está muito associada ao que vem de contos de fada: o rico nos contos anda de carruagem e o pobre mora em uma choupana”, diz.
Cássia afirma que existem três passos essenciais que os pais devem seguir para preparar seu filho para ser um herdeiro: preparar a criança para o caso de ela não vir a ser uma herdeira; permitir que ela tenha um desenvolvimento autônomo, para que ela seja capaz de encontrar seus talentos, sejam profissionais ou financeiros; e ensinar qual foi o caminho que a família percorreu para constituir seu patrimônio, de forma que fique claro que o dinheiro não surgiu do nada.
Ensinar a criança que nem tudo vem de graça é o que a fará desejar as coisas e se sentir realizada pessoalmente. Se ela não tiver desejos, ela também não terá vontade de viver.
E não estimular o desenvolvimento autônomo da criança pode transformar a fortuna em um grande pesadelo. “Há um grande sofrimento em famílias herdeiras porque o filho pensa ‘eu jamais vou fazer algo tão extraordinário quanto a minha família fez’ e isso é uma condenação terrível. Se os pais deixam a criança ser quem ela é isso a torna não apenas plena, mas uma herdeira muito melhor porque ela não será refém do dinheiro”, explica Cássia.
Preparando os filhos na prática
Para educar as crianças na prática, os especialistas são unânimes ao dizer que a melhor forma de introduzir os conceitos financeiros é por meio do uso de elementos lúdicos. Mãe de dois filhos, Celina Macedo conta que, desde que as crianças tinham dois anos de idade, os conceitos de dinheiro e trocas já eram trabalhados em casa. “A partir dos dois anos as crianças já entendem que uma compra é uma espécie de troca para se conseguir as coisas. Quando eu brincava de ‘vendinha’ com a minha filha, eu dizia que ela poderia comprar apenas uma comidinha, e não duas”, explica a educadora.
Outra dica que pode ser aplicada desde cedo: não deixar os filhos ganharem sempre em jogos e brincadeiras, justamente para entenderem que nem sempre se ganha na vida. Os pais que não têm esse cuidado podem fazer com que os filhos encarem a perda de forma muito mais dura.
Aos cinco ou seis anos os pais já podem pedir que o filho compre pães na padaria e traga o troco. Esta pode ser uma boa forma de avançar mais um passo na relação da criança com o dinheiro. Aos seis anos também é possível introduzir a semanada, mais fácil de ser administrada do que o dinheiro dado mensalmente. Com o tempo, pode-se passar à quinzenada e, finalmente, à mesada.
“Deve ficar claro para a criança que o dinheiro é parte do orçamento da família. Mesmo que a família tenha condições de dar uma boa mesada, o valor deve ser definido de acordo com a necessidade de uma criança daquela idade – que pode ser apenas o lanche da escola – e não com a condição da família”, afirma Celina.
Quando a criança já tiver um maior nível de organização, ela pode ser incentivada a anotar todos os seus gastos em um caderninho, para criar o hábito de fazer um orçamento e controlar os gastos. “Isso é muito importante para as crianças mais abastadas. Quando se tem muito dinheiro é mais complicado ensinar que o dinheiro serve para alguma coisa. Firmando-se objetivos, o dinheiro ganha um significado”, explica a educadora.
De forma lúdica é possível ensinar até mesmo conceitos como o investimento em ações. Como exemplo, Celina conta como seu marido, o professor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e consultor de financeiro do Itaú, Jurandir Macedo, ensinou a filha do casal a investir em ações.
“Nossa filha queria um cofrinho, e Jurandir perguntou se ela não queria ser dona de uma empresa. Ela achou o máximo e disse que queria ser dona da Kibon. De tempos em tempos, ele levava os sorvetes para ela e dizia que eram seus dividendos”, conta Celina. Quando a menina ficou gripada, o pai parou de entregar os sorvetes. A filha questionou-o sobre os dividendos. “Ele explicou que, no inverno, as crianças estão gripadas e que, por isso, a empresa estava vendendo menos. Por isso não estava distribuindo dividendos. Nossa filha disse, então, ‘Acho que cometi um erro. Eu deveria ter comprado uma empresa de chocolate, que todo mundo come o ano inteiro”, conclui Celina.
Para crianças de famílias que têm grandes investimentos em bolsa, ou que possivelmente irão gerir negócios, introduzir os conceitos dessa forma acaba tornando o assunto interessante e atrativo. “Famílias com muito dinheiro costumam dar boas noções de educação financeira aos filhos desde pequenos”, afirma Jurandir Macedo, marido de Celina.
Dizer ou não que os filhos receberão uma herança?
Para Macedo, anunciar aos filhos que eles receberão uma herança pode ser um limitador para sua educação financeira. “Eu sempre disse para os meus filhos que eu vou fazer o possível para acabar com o dinheiro que eu tenho. Crescer com a ideia de uma herança pode ser muito negativo, porque eles aprendem a viver nesta dependência”, explica.
O que os consultores propõem para os pais que querem que os filhos cheguem à fase adulta sabendo como gerir a herança seria, mais uma vez, colocar o assunto naturalmente ao longo do crescimento da criança. “Os pais podem levar os filhos para visitar os negócios da família e promover encontros em que várias gerações contem a história da família e de como investiram no negócio, para mostrar que foi esse processo que culminou na riqueza”, sugere Cássia D’Aquino.
Jurandir Macedo conta que cada um de seus filhos sabe hoje qual é a sua parte do patrimônio, e não houve uma única conversa para falar com eles sobre isso. “Eu sempre contei histórias sobre o meu trabalho, minhas empresas e eles ficaram naturalmente sabendo o que eu faço. Alguns pais chamam os filhos aos 18 anos e dizem: ‘Filho, vamos falar de sexo’. A esta altura eles já sabem de tudo, não há mais o que falar. Esperar um dia para falar sobre dinheiro com os filhos é a mesma coisa, e o assunto vira um tabu”, diz.
Mesmo que os filhos já tenham noção da fortuna da família, em algum momento será preciso dar-lhes uma visão mais detalhada sobre os bens e os investimentos que lhe couberem no futuro. Segundo os educadores financeiros ouvidos pela reportagem, não há uma idade certa para passar as informações mais práticas para os filhos; os pais devem, sobretudo, respeitar sua maturidade para não acelerar o processo.
Pais que se preocupem que o pior aconteça e que desejem preparar os filhos ainda muito jovens para receber uma herança e lidar com o dinheiro da família não devem se apressar ou “forçar a barra”. “Conheci uma moça que perdeu o pai muito jovem e era de família muito rica. Como ele sabia que ia morrer em breve, criou para ela um truste, uma empresa que representa direitos e obrigações do investidor. Foram seus representantes que explicaram o que a moça tinha de fazer, quando ia receber seus bens e também que ela deveria fazer um curos em uma instituição financeira. Ela cresceu com uma série de restrições e não recebeu o dinheiro todo de uma vez, mas hoje está muito bem financeiramente”, conta Jurandir Macedo.
Ele também afirma que é preferível deixar orientações para uma pessoa de confiança, como um irmão ou um grande amigo, do que sentar com o filho para uma conversa sobre como dar continuidade aos investimentos da família sem que ele tenha idade para isso. “Meu filho sabe dos meus negócios e do meu patrimônio, mas se ele recebesse hoje sua herança provavelmente não teria algumas noções sobre como assumir certas coisas, porque ele é muito novo. Mas ele saberia onde buscar ajuda”, conta Macedo.
Se os pais não prepararam o filho ao longo da vida para entender a real situação financeira da família, nunca é tarde para começar. Claro que, neste caso, é preciso mais cuidado ainda para que o filho não se assuste ou até mesmo não se revolte ao saber que a família tem uma situação de renda favorável da qual ele nunca ficou sabendo. “A maior parte dos pais não faz isso porque dizer ‘eu não tenho’ é mais fácil do que ‘eu tenho, mas não vou te dar porque não faz bem’. Educar dá trabalho”, comenta o consultor.
Cursos e aconselhamento profissional
Além de toda a educação dada em casa, pela família, um planejamento sucessório bem sucedido também pode exigir uma preparação mais profissional do filho, quando ele já tiver idade para isso.
A Ernst & Young, por exemplo, promove um programa internacional que tem o objetivo de preparar herdeiros para assumir os negócios da família. “No programa nós assessoramos o jovem sobre como fazer a sucessão, sobre como não destruir o que foi construído, como dar um gás a mais para a empresa da família e como fazê-la se perpetuar”, explica André Ferreira, sócio-líder de Mercados Estratégicos e Emergentes da Ernst & Young Terco.
O programa é direcionado a jovens sucessores de grandes e médias empresas que passam por uma seleção da empresa. A duração é de uma semana e ocorre em universidades internacionais.
Annalisa Blando Dal Zotto, planejadora financeira e sócia-fundadora da Par+, que oferece serviços de consultoria para gestão familiar, orienta que os filhos que pretendem assumir os negócios dos pais também passem por cursos e programas de trainees. “Se o pai tem uma fábrica de plástico, o filho pode passar por todas as áreas da empresa como trainee ou pode fazer uma pós-graduação fora para se qualificar. E se o filho não tem talento para se profissionalizar na empresa o pai pode prepará-lo para sentar no conselho administrativo da empresa oferecenedo cursos e explicando como funciona a empresa”.
Annalisa explica que algumas instituições realizam justamente cursos voltados à preparação de conselheiros administrativos. Uma delas é a Fundação Dom Cabral.
Annalisa explica que algumas famílias que buscam realizar o planejamento sucessório sem acompanhamento acabam com problemas na transferência de bens ou na administração dos negócios. As consultorias que fazem gestão de patrimônio familiar podem ajudar no processo. Elas atuam como um gestor financeiro da família e estruturam os investimentos estudando formas de otimizar os recursos, passando orientações sobre aquisições ou vendas, administração de imóveis, organização de documentos e outros serviços necessários.
Doação em vida
Alguns pais também ficam em dúvida sobre passar parte do patrimônio aos filhos em vida. “Eu acho arriscado. Imagine um pai rico que tem seis imóveis e resolve dar um para cada filho, e um filho de 22 anos ganha um apartamento de três quartos. Ele passa a pagar condomínio, IPTU e ter gastos que o salário dele de recém-formado não comporta. Então, ou ele terá que sair do apartamento e descer um degrau no nível financeiro, ou ele será sempre dependente dos pais”, avalia Jurandir Macedo.
Annalisa também não concorda totalmente com a doação em vida. Ela acredita que os filhos devem conquistar seu espaço e demonstrar que são responsáveis o suficiente para receber um bem ou administrar uma empresa. “Eu vejo muitos casos em que os pais dão muito dinheiro para o filho e o patrimônio é dilapidado. Eu acho que os pais têm que doar em vida apenas quando filhos demonstram que têm responsabilidade para isso”, opina.
Fonte: Revista Exame

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